Listão recorde é uma tendência

Diário de Santa Maria, 20/02/2014, Geral, Pág. 8.

Ontem, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) divulgou duas importantes listas envolvendo o vestibular 2013: a relação dos aprovados em segunda turma remanejados para a primeira e a de segunda chamada, com 443 nomes. E foi o tamanho desta segunda chamada que chamou a atenção, por representar muito mais que uma nova chance de vaga no Ensino Superior.

Para as 443 pessoas que tiveram seus nomes publicados no listão, a realização de um sonho. Para a UFSM, um recorde em número de vagas em uma segunda chamada (no ano passado, por exemplo, foram 182 nomes). Para os vestibulandos, uma excelente notícia: há cada vez mais chances de entrar na universidade. E esta é uma tendência que veio para ficar.

Essas conclusões foram dadas por especialistas ouvidos pelo Diário ontem. Professores de cursinho e da UFSM afirmam que são duas as explicações para o listão recorde: a realização do vestibular em dezembro e a crescente oferta de vagas e cursos superiores no Estado.

– A antecipação para dezembro tem gerado listas de segunda e terceiras chamadas cada vez maiores. Isso se deve ao aumento de possibilidades que o vestibulando tem para fazer concurso em outras instituições, já que a data da UFSM não coincide. Além disso, há mais tempo para que saiam outras listas de aprovados e para decidir em qual instituição se matricular – afirma o presidente da Comissão Permanente de Vestibular (Coperves), Edgar Durante.

A avaliação é compartilhada pelo professor de física do cursinho Riachuelo, Anderson Elwanger.

– Além disso, há o aumento de oferta de vagas, cursos e instituições de Ensino Superior pelo Estado. O aluno que faz Medicina, por exemplo, cumpre uma maratona de 10 provas e vai optar por ficar mais próximo de sua casa, por questões familiares. Além das vagas públicas, o Prouni possibilita que a pessoa faça uma faculdade em instituição privada com bolsa – acrescenta.

Com mais opções para os candidatos, as chances de desistência são maiores. E essa tendência vem sendo comprovada na prática nos últimos anos. Há 10 anos, constar da segunda chamada da UFSM era para poucos.

– Medicina tinha uma, duas vagas. Neste ano, são 24 – diz Durante.

Em efeito cascata, o edital para aproveitamento de vagas remanescentes é cada vez mais atrativo. Em 2011, foram 373 vagas. Em 2012, 397.

– As remanescentes são a soma de vagas que sobraram dos cursos em que não houve aprovados para todas as vagas, mais a sobra das listas de 2ª e 3ª chamadas em cursos em que não há mais suplentes – explica Durante.

Se para os estudantes a maior oferta e as novas chances são ótimas surpresas, para a UFSM a notícia não é totalmente favorável.

– Para a UFSM, é custo. E caro. Cada chamada gera um edital, que tem de ser publicado no Diário Oficial. Além do custo operacional das confirmações de vaga. A instituição gostaria de fazer o vestibular, divulgar a primeira chamada e encerrar o processo – afirma Durante.

Reitor confirma: a data do vestibular ainda será debatida

Se o vestibular em dezembro pode gerar mais custos, não seria o caso de mudar? Para o reitor da UFSM, Paulo Burmann, a discussão sobre a data está em aberto:

– Todos os temas que geram dúvidas serão objeto de debate. Ainda mais quando há interesse da comunidade. Isso inclui a data do vestibular. Estamos esperando o retorno de alunos, servidores e professores para debater para propor novo debate em nossos conselhos.

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