Web-documentário nos bastidores do espetáculo

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Com o avanço tecnológico é possibilitado a todas as linguagens e formas de produção audiovisuais uma grande gama de modificações e adaptações. Assim, com o avanço da internet e, principalmente, pela facilidade que o YouTube permite, podemos perceber o surgimento de vários outros segmentos de produção audiovisual, transpondo as perspectivas das produções profissionais dos meios tradicionais e impondo a estes meios uma necessidade grande de renovação. Com isso, podemos acompanhar uma grande mescla de conteúdo audiovisual, no qual é possível perceber o surgimento e sucesso de vídeos caseiros e profissionais, produções seriadas para web, vlogs sobre uma série infinita de temas, entre outros. Outra vertente que vem surgindo nos últimos anos é a produção de documentários voltados para a web, com um foco muito mais digital e produção diferente dos documentários elaborados para os meios tradicionais. Fernando Barbosa, professor do departamento de Ciências da Comunicação Social da UFSM, fala um pouco sobre o web documentário o seguinte:

Na minha opinião esse é um cenário em constante modificação e muita coisa ainda vai mudar, principalmente com a chegada do Netflix e outras empresas que trabalham com conteúdos sob demanda. Um web documentário tem características muito semelhantes a um documentário “tradicional”, só leva em consideração algumas características e dinâmicas próprias da internet, como duração, linguagem mais dinâmica, condução da narrativa, etc.”

Durante o ano de 2014, Fernando orientou um trabalho experimental de conclusão de graduação no qual a temática principal se propunha a pesquisar acerca do tema e elaborar um produto audiovisual com linguagem de web-documentário.

“O trabalho discute essas variáveis de produção, assim como propõe uma produção interdisciplinar, misturando a linguagem teatral e audiovisual.”

O trabalho, denominado “Eu, Christiane F. – Web-documentário”, é uma produção conjunta com o espetáculo teatral “Eu, Christiane F.” montado pela acadêmica do curso de Artes Cênicas da UFSM Manuela Santiago. Entre seus objetivos está a divulgação do espetáculo que estreia em dezembro. Os acadêmicos criaram um perfil no Facebook, uma espécie de personagem que convida as pessoas a fazerem parte da sua rede de amizades e vai divulgando, quase que diariamente, conteúdo a respeito da peça.

Webdocumentário_Christiane F_Facebook_profile

Clique para acessar a página no Facebook.

  “A partir do trabalho, discutimos fotografia, produção colaborativa, convergência das mídias e como potencializar este trabalho a partir das redes sociais e estratégias de divulgação. A linguagem ficou bem dinâmica e mistura olhares diversos, da atriz e personagem.”, diz Fernando.

No perfil criado para a personagem, é possível entender melhor essa dinâmica citada por Fernando, as publicações trazem fotos do universo da personagem com trechos do texto do espetáculo, assim como os vídeos que vão sendo publicados no YouTube todas as segundas-feiras e que são replicados pelo perfil. A personagem também interage com a sua rede de amizades, curtindo e compartilhando as publicações.

 

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Ensaio fotográfico. Fonte: Perfil.

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Ensaio fotográfico. Fonte: Perfil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vídeos-teaser:

 

O espetáculo, Eu, Christiane F. aborda a história do livro de mesmo nome, bestseller dos anos 1980 e que, mais tarde também foi adaptado para o cinema. Manuela afirma que o que mais a incentivou a montar Christiane F. não foi sua relação com as drogas e a prostituição, mas sim, quem ela era por trás do rótulo de “drogada e prostituída”.

 “Quando falo para as pessoas que vou montar Christiane F., a maioria espera um espetáculo onde mostra muita “drogadição e prostituição”. Mas na verdade, tirei esse tema do foco principal da peça. Meu objetivo é mostrar o lado humano da personagem, e isso, foi e ainda é meu maior desafio. Como tirar de foco principal uma história em que há mais de 20 anos é um “marco da vida junkie”? É muito difícil desvincular e também muito arriscado”, avalia Manuela.

O espetáculo estreia no dia 09 de dezembro, no Teatro Caixa Preta (anexo do Prédio 40 – UFSM).

 

Texto: Hiorran Soares, Tania Avila

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