Adaptações dos Clássicos Literários para o Teatro
As pesquisas apontam que a literatura está escassa. Existem fontes como o PISA e o IPL – Instituto Pró-Livro que indicam que a média de leitura dos brasileiros é considerada muito baixa. E coincidência ou não, a média de pessoas que comparecem ao teatro também é pouco significativa.
O número de adaptações literárias feitas para o teatro é menor ainda do que se imagina. Além dos Clássicos antigos (aqueles que os professores passam em aula no Ensino Médio, visando o Vestibular), outros que ainda se salvam do esquecimento nos palcos são os infantis.
Se uma plataforma não impede (e nem anula) a outra, as duas juntas podem muito bem se complementar. Mas as dúvidas sobre as adaptações teatrais ainda são tão relativas quanto a própria popularidade do teatro.
“Confundem teatro com liberdades, licenciosidades, glórias, paetês, retrato no jornal, riquezas”, já dizia a atriz brasileira de telenovelas e cênicas, Fernanda Montenegro. O teatro é confundido com produto de luxo no mercado e as adaptações são confundidas com figurinhas batidas de quem conhece a história de trás pra frente.
Em Debate filmado sobre a funcionalidade prática das adaptações das obras literárias para o teatro, o autor dramaturgo Paulo Rogério Lopes esclarece:
“Não é transpor uma obra para o palco, é recriar. Se for para transpor, deixe ela como literatura.”.
E qual é o significado desse depoimento? Uma adaptação é uma releitura de um clássico pré existente em formato literário (narrativo, poético, descritivo) para uma nova abordagem cênica (palco, cenário, figurino), uma nova interação. O autor adaptador tem que ser também um visionário para imaginar aquele mundo escrito em um visual e sonoro. É um novo espetáculo para um público que veio ver uma peça, e não ler um livro.
Embora isso não queira dizer que a plateia não espere bastante do que vai assistir, afinal, se ela escolheu aquele título em especial, ela espera um retorno desse tempo/dinheiro gasto. Quando gostamos de um livro, não desejamos ver a história “arruinada” com uma adaptação ruim.
Confira o vídeo onde Paulo Rogério e a diretora teatral Beth Lopes pontuam as dificuldades e as certezas do teatro adaptado:
Pesquisa online com estudantes anônimos de Porto Alegre e Santa Maria que estejam em processo de graduação (sem faixa etária definida), através de formulário na plataforma do Google Forms com a pergunta:
Comparando a frequência que você assiste adaptações da literatura para o Cinema e para o Teatro: as duas referências te atingem da mesma forma?
De acordo com as respostas, pode-se observar várias peculiaridades e sentimentos das pessoas sobre esses dois recursos. Destacam-se:
O que se pode deduzir é que o teatro desperta sim, a atenção e o fascínio do público. As pessoas confiam no bom trabalho cênico sem nem ao menos, muitas vezes, terem contato direto e frequente com esse meio.
Porque as pessoas apesar de acharem um ótimo programa, procrastinam e sabotam a ida ao teatro?
O que falta para essas pessoas às vezes é só um empurrãozinho cultural!
Na mesma pesquisa online foi feita uma pergunta direcionada aos atores Porto Alegrenses e Santa Marienses, indagando:
Como é a recepção do público para as adaptações de Clássicos Literários para os Palcos? (Funciona?)
Autores Clássicos que tiveram muitas das suas obras adaptadas:
- William Shakespeare
- Oscar Wilde
- Os irmãos grimm
- Bukowski
- Agatha christie
- Stephen King
- Mollière
Algumas vezes, a falta de intimidade e recepção dos palcos se deve a pouca divulgação das redes sociais e mídias massivas e escassez de conhecimento das vantagens e facilidades que atualmente as Empresas Teatrais estão oferecendo para aproximar o público popular. Conheça algumas e embarque na vivência do auto, comédia, drama, fantoche, ópera, infantil, musical, revista, tragédia e tragicomédia.
Texto: Francielle Fanaya Réquia – fanayafran@hotmail.com
Ilustrações Auxíliares e Tabelas: Francielle Fanaya Réquia – fanayafran@hotmail.com